E o Se...
Se o amor me visitasse, e antes me desse um telefonema, mandasse uma carta, aviso qualquer, eu ajeitaria tudo.
Limparia a casa. Incensaria o quarto. Compraria flores. Mudaria a roupa de cama. Ajeitaria meus livros. Desempoeirava tudo.
Se o amor me visitasse sem avisar, eu abriria os braços e num sorriso diria, entra, entra, fica a vontade, tá tudo bagunçado, mas seja bem vindo. Não repare, sou bagunceira, desorganizada. Há sacos plásticos fora do lugar, roupas ali no canto, livros do lado da cama, mas se não repare. É bom que não se iludas, sou bagunceira e espaçosa, mas tenho espaço para você. Entra, quer uma água.
E daria o meu copo mais bonito. Daria a água mais fresca.
Se o amor me visitasse, deixaria minha pele mais macia ainda. Mas se não soubesse de sua chegada, não temeria, meu cheiro é bom. Sempre meu. Sempre esperando sua chegada.
Se o amor me visitasse eu contaria das coisas que vi, do que quero ver. Deitaria sua cabeça em meu colo, enquanto descobriria os traços do seu rosto.
Se o amor me visitasse, mostraria meus seios. Perguntaria, gostas de mim? Saberia a resposta, pergunta de capricho. Eu te alimentaria com meus sorrisos e diria que meu corpo seria sempre propriedade dos seus braços.
Se o amor me visitasse, escreveria cartas de amor. Guardaria em caixinhas. Acenderia velas. Cantaria canções tantas enquanto brincasse com seus cabelos.
Se o amor me visitasse, eu daria férias ao medo, a insegurança. Mandaria a falta de coragem viajar.
Seria entregue e imprudente. Como pedisse o amor. Como sonham os amantes.
Gabrielle Costa
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