Out.

O mais difícil sempre foi me aceitar. Aceitar uma beleza recôndita.
Aceitar um sorriso que por vezes não pertenceu ao momento, e muito menos ao meu corpo.
Aceitar que neste mundo movido por uma ótica distorcida de beleza eu estava sempre fora do padrão.
Fora. Estar por fora. Ser out total.
Gorda quando o padrão é magrice.
Cabelos escuros, quando eles ficam loucos pelas loiras.
Ter peito, quando o que eles querem é bunda.
Ser inteligente e interessante quando na verdade o que eles queriam era uma menina burrinha pra levar pra cama e poder fazer de gato e sapato.
Aceitar tudo isso nunca foi fácil.
Dai numa segunda qualquer você acorda.
E decide fazer parte de um grupo.
De pertencer a uma turma, mas não dá. Porque? Porque você é out.
Se você curte as roupas não curte o som. Se você curte o som.
Não curte as roupas. Se curte o som e as roupas. Não curte as idéias.
Então você se propõe a se transformar num liquidificador ambulante de mil estilos.
Violenta-se ao saber que você está out.
Mesmo quando está in.
Porque mesmo olhando essa cara tapada no espelho todo dia e descobrindo mil formas de olhar o mesmo ponto.
Ainda não matei a charada.

Comentários

  1. ahahahhahaa vc ainda se preocupa com isso?

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  2. /\
    ||
    agente SEMPRE se preocupa, nao adianata dizermos q não. é sempre bom estar IN. mas nao a ponto de fazer isso a metda da vida...

    qndo matar a charada me fala ;)

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